terça-feira, 27 de abril de 2010

Incompreendida

Houve um época que alguns artistas era considerados loucos: suas obras eram incompreensíveis aos conservadores. Hoje em dia, graças a Deus, isso não ocorre mais. A mente das pessoas está tão aberta a novas concepções que o conceito de arte cada vez é mais amplo. Claro que ainda achamos que alguns artistas ainda poderiam ser tachados de loucos, mas podemos considerar que estavam chapados quando pintaram e assim tudo fica bem.
No início do ano, visitei alguns museus na Europa. Um deles, na Espanha, me encantou muito: o Museu Reina Sofia, em Madrid. Nesse prédio estão obras de Dalí, Miró e Picasso; incluindo o gigantesco e famoso Guernica (que é impressionante!). Mas o que mais me chamou a atenção nesse museu foi outra artista. Ainda não a conhecia, mas a história dela chocou-me e seus quadros eram incríveis.
Seu nome é Angeles Santos. Ela nasceu em 1911 no interior da Espanha. Seus pais moravam na capital e aos quinze anos ela decidiu enviar um presente para eles; e pintou um quadro chamado Un Mòn (Um Mundo)(figura). A Tela tem 2,90m X 3,10m, é inimaginável que uma garota tenha pintado tudo aquilo.
A tela tem muitos detalhes, é muito bem pensada e não parece ter vindo de uma adolescente. Enfim, ela mandou aos pais a tela. Por ser tão grande, a pintura mal cabia no apartamento que seus pais moravam, então o pai doou o quadro para uma galeria.
Rapidamente a pintura recebeu muitos elogios e foi muito valorizada. A menina continuava a pintar, mas como seus desenhos não eram compatíveis com a realidades, seus pais acharam que ela estava ficando louca e a internaram num hospício.
Lá ela permaneceu durante quase toda sua vida e, claramente, parou de pintar. Aos 7o e poucos anos, Angeles foi solta, mas agora traumática, não conseguiu mais pintar o inesperado. Seus quadros eram somente aquelas mesmas paisagens típicas que todo pintor retratava no início de seu aprendizado.
Ou seja, podemos dizer que, por causa desse preconceito artístico, Angeles Santos fez o caminho reverso de todos os pintores. Começou arrojada, cheia de idéias, e acabou pintando belas paisagens românticas e perfeitas.Triste fim para uma produção que poderia ter se tornado histórica. Mas mesmo assim adorei seus quadros. Vale a pena conhecer. Nem tudo está nos livros de história...

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